Dilema: Até quando vai sobreviver o futebol feminino de alto rendimento em SC?

| 25 de junho de 2021

WhatsApp Image 2021-06-24 at 21.41.18Nos bastidores, há um temor: a vida curta que pode ter o Kindermann e o Napoli, clubes de Caçador que eram mantidos pelo empresário e patrono do futebol feminino, Salézio Kindermann, falecido em maio passado. Os comentários não são nada otimistas e, se nada acontecer, principalmente o aparecimento de algum entusiasta, gestor e investidor, esses clubes correm o risco de encerramento de suas atividades. Pode levar alguns meses, mas não escaparão disso.

Salézio teve o mérito de fechar a parceria com o Avaí. Em 2020, o clube azurra desembolsou algo próximo de R$ 400 mil e Salézio completou com outros R$ 387 mil, mantendo viva a chama do futebol feminino, incluindo o surgimento nacional do Napoli de Caçador.

O contrato com o Avaí tem duração até fevereiro de 2023. O problema é que Salézio faleceu e quem vai assumir um projeto deste tamanho? Há dois meses que o Avaí não faz o repasse da verba mensal ao Kindermann, cujo valor não tivemos acesso.

Um diretor próximo do gestor Francisco Battistotti disse que “a prioridade é resolver os problemas do futebol masculino profissional”. Reforço que daqui há uma semana estará vencendo o terceiro mês de salário da CLT, fora reposições do início da pandemia (maio, junho e julho/2020), direitos de imagem (não para todos) e cláusulas contratuais não honradas de janeiro, fevereiro e março/2021.

Ainda bem que o brilhante gestor presidente do Avaí determinou o pagamento da premiação do título do Catarinense 2021, no valor de R$ 200 mil rateados entre os profissionais do futebol azurra. Logo, ele deve estar nas emissoras de rádio dando as mesmas desculpas.

Uma outra possibilidade seria transferir as jogadoras e comissão técnica do Kindermann para Florianópolis, com o Avaí assumindo tudo, mas essa hipótese deve ser descartada pelo gestor azurra. Sem chances! O gasto mensal com o Avaí/Kindermann chega a R$ 250 mil, enquanto em 2020 era de R$ 175 mil.

Fazer futebol feminino com qualidade é caro. Os valores até assustam, tanto que uma fonte me antecipou que em Caçador não é intenção da viúva e da família do saudoso Salézio manter o futebol feminino nesses patamares financeiros.

E isso que no Campeonato Brasileiro, a CBF arca com as despesas de transporte, alimentação e hospedagem, além de ajuda financeira, um custo considerável à menos para as equipes participantes.

O Avaí/Kindermann está classificado para mais uma Libertadores Feminina, que vai acontecer em setembro. Pode até disputar, mas não sabemos em quais condições, nem com qual elenco.

Porém, há uma luz no fim do túnel: estão surgindo novas equipes de futebol feminino em Santa Catarina, como a Leões da Ilha, Estrelar de Palhoça, Litoral de Penha, entre outras. São projetos de menor dimensão, mas existem e precisam de apoio total.

Fonte: Agência de Notícias Mix Mídia  Foto: Rodrigo Polidoro/Mix Mídia

 

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