Memórias para sempre: Livro resgata histórias do futebol em Blumenau

| 30 de janeiro de 2019

capa (1) fotolivrookLuís Carlos Koch resgata em livro a história da Liga Blumenauense e as memórias do futebol. Em 100 páginas, grandes recordações. O livro editado pela 3 de maio de Blumenau pode ser adquirido pelo site www.amazon.com.br  

O futebol não foi inventado no Brasil. Só a magia, o bailado, a arte. A bola rolou em todo canto do mundo. Passou pela China, Japão, Grécia, México, Itália, no Reino Unido. Nunca com tanta intimidade como aqui. Quem a trouxe para cá foram marinheiros, viajantes, estudantes. Eles brincavam nas praças, nas praias, nos terrenos vazios. Cada qual do seu jeito. Quem organizou, trouxe um livro de regras, uma bola oficial, formou times, foi Charles Miller. Ele foi dono do jogo por um bom tempo. Depois veio Frienderich, que tem ligações com Blumenau, e vira sinônimo em Pelé. O livro ‘LBF – 75 anos de bola rolando’, de Luis Carlos Koch, conta a trajetória do futebol até chegar em Blumenau, onde todo domingo continua sendo uma grande festa.

Em busca da história perdida e desconhecida, Luis Carlos Koch foi um pescador de ilusões.  Pesquisou em jornais, revistas, livros, atas para montar o quebra cabeça do futebol blumenauense. Juntou ‘os cacos’, ouviu sobre episódios, leu antigos documentos, estabeleceu conexões, até revelar o retrato, mais perfeito possível, da história. Conversou com artífices, com testemunhas oculares, escutou relatos dos familiares, descobriu fotos e fatos. Tão verdadeiros que pareciam lendas. A história oral é uma ótima fonte para a reconstrução de acontecimentos, de vivências, de mitos. Às vezes, desmentem a lenda. O que para a verdade, é bom. Para ficção, nem sempre. Neste livro, Koch preferiu preservar a memória.

Há o fantástico jogo entre o Turnverein Blumenau contra a tripulação do cruzador ‘Von Der Tann”, da Real Esquadra Imperial Alemã. A primeira partida internacional em Santa Catarina. Foi lá por 1911. Os ‘visitantes’ venceram por 5 a 2. O evento entrou para a história. A grande curiosidade não foi o campo onde foi jogado. Ficava no pasto do Hotel Holetz, na Alameda Rio Branco, em Blumenau. Mas é o número de jogadores: nove por equipe, que chama a atenção. Luís Koch explica que ‘era a dificuldade de encontrar quem sabia brincar com a bola’.

O leitor descobrirá que a Liga Blumenauense de Desporto foi criada em 1941 e seu idealizador é o tenente Newton Machado Vieira. O primeiro clube de futebol em Blumenau chamou-se Amazonas – time dos operários da têxtil Garcia. Os dois mais famosos, Palmeiras e Olímpico, nasceram como Brazil e Blumenauense. Tempos ‘sombrios’ – após a Segunda Guerra Mundial – explicam a mudança de identidade. Tantas histórias, como a de Dalmo Bozanno, o mais polêmico árbitro de Santa Catarina. Ele apitou a primeira final com apenas 23 anos e, ‘sem nunca ganhar hora extra’, chegou à FIFA.

Quem é Luis Carlos Koch?

Um garimpeiro de boas histórias. O idealista presidente da Liga Blumenauense de Futebol (LBF), desde 2012, que resolveu saber como o futebol chegou em Blumenau. Quis desvendar o desconhecido, o perdido e revelar quem são os pioneiros, como se construíram os clubes, a liga, como enfrentaram – e ainda enfrentam – as dificuldades, quem eram os dirigentes e os campeões década por década. O ex-paraquedista não tem medo de voar alto, de sonhar, de reconstruir o passado, reverenciá-lo e esperar um futuro melhor para o futebol de Blumenau. Koch é um descendente de italianos e alemães, amante da bola bem jogada, de um bom livro e que ainda se encanta com as velhas músicas italianas cantadas pela mãe. La Bella Polenta e Merica são as favoritas. O livro teve o custo dividido por um financiamento coletivo via internet. Como presidente da LBF, Luis Carlos Koch presidiu a Assembleia Geral da Federação Catarinense de Futebol, em 2018, que elegeu Rubens Renato Angelotti para a Presidência da entidade.

Fonte: Paulo Scarduelli/GS Comunica Fotos: Divulgação

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