Julinho descansou
21 anos tetraplégico, com memória lúcida, raramente triste, e um apaixonado por futebol e tênis. Julinho Camargo foi jogador do Paula Ramos, campeão em 1947, Figueirense, que depois confirmou ser torcedor, Avaí e Carlos Renaux. Estava no time brusquense naquele famoso 5 a 5 com o Botafogo do Rio, de Nilton Santos, Didi, Garrincha e Cia, no Augusto Bauer. Era um bon vivant, até aos 61 anos de idade. Saía de uma partida de tênis em Balneário Camboriu, quando abriu a porta do carro e foi colhido violentamente por um carro desgovernado. Quando eu conheci o Julinho, por intermediação de Ney Hubner, amigo pessoal dele, e que me incentivou para levar de presente o livro sobre o estádio Adolpho Konder, Julinho me confidenciou: era fã do Guga. Foi quando tive a ideia de fazer uma matéria e dar um presente ao Julinho Camargo: levei o Guga na casa dele, ali na Praça dos Bombeiros. A foto de Carlos Amorim comprova a alegria do Julinho e a humildade do Guga em aceitar o meu convite. Julinho, tenho certeza, descansou. Mesmo assistido por uma equipe médica competente, o fato de ficar duas décadas tetraplégico foi doído, sofrível, mas é a vida.
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