Editorial – Quando a cabeça não pensa…o “bolso” padece

| 29 de março de 2018

MurrinhaEstou adaptando o ditado popular para emitir a minha opinião sobre a fórmula do Catarinense 2018 aprovada pela maioria dos clubes, cuja competição é de pontos corridos e jogo único para a decisão do título. Não há, de minha parte, qualquer contestação sobre as duas melhores equipes que decidirão o título no dia 8 de abril. Isso não se discute. O que tento provocar é o cuidado que os clubes precisam ter com o seu próprio dinheiro, com seus torcedores, com o futebol catarinense em si.

Já havia comentado que teríamos duas rodadas “mortas” e há quem ache interessante uma briga nessa reta final para ver qual será o segundo clube rebaixado para a série B.

Sofrível é ver números irrisórios, e até vexatórios, como Avaí 0 x 0 Brusque para 895 torcedores e prejuízo de 12 mil reais para o Avaí desembolsar e completar o borderô do jogo.

Ou Inter de Lages 1 x 0 Tubarão para 644 pagantes e renda bruta de R$ 10 mil. O clube lageano teve que desembolsar R$ 3.998,36 para “fechar o borderô”.

E ainda Hercílio Luz 2 x 1 Concórdia teve 832 pagantes, com renda bruta de R$ 9.170,00. O clube hercilista desembolsou R$ 1.316, 36 para “fechar o borderô”.

Os torcedores se afastarão ainda mais da última rodada, programada para sábado e domingo, encerrando essa fase de classificação. São duas rodadas de prejuízo garantido. Financeiro e moral.

Chape e Figueirense poderão estar nessa situação em 2019, porque o futuro a Deus pertence. Reitero que não vejo cores e sim a fórmula ruim que a maioria dos dirigentes aprovou.

Estaduais como o Paulistão, Gaúcho e Paranaense, fizeram fórmulas mais inteligentes e estão premiando semifinais em suas competições. Tudo em dobro: motivação, público, dinheiro, e outros atrativos.

Pior que a atual fórmula de disputa do nosso campeonato, por força do Estatuto do Torcedor, terá que ser repetida para 2019, porque se exige dois anos de  vigência.

Lembro que no passado tínhamos o Valdomiro Falcão, brilhante articulador vinculado ao Joinville, que fazia fórmulas mirabolantes para preenchimento do calendário, que naquela época não era tão recheado de competições como atualmente. Os clubes gostavam, mas ainda assim dava muito rolo.

O futebol catarinense evoluiu em muitas coisas, mas nossos dirigentes são ruins de fórmula, pois pensam primeiro em si sem olhar o futuro. Agora, a maioria paga desembolsando dinheiro do próprio bolso, já com recursos escassos, receita altamente comprometida, por conta de uma insensatez naquilo que chamo como tiro no pé.

Foto: Rodrigo Polidoro/Mix Mídia

 

 

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