Editorial: O que o goleiro Fábio e o atacante Denilson têm em comum?

| 7 de junho de 2017
Denilson Denilson2Na semana passada, o goleiro Fábio do Figueirense foi protagonista de um episódio incomum no futebol mundial. Ele simplesmente abandonou o time no intervalo do jogo e foi embora do estádio de táxi, mas só deixou Florianópolis de avião às 5 da manhã do dia seguinte.
 
O goleiro chegou em Itu, interior paulista, onde tem apartamento, e ficou por lá até conceder entrevista para uma emissora local, dizendo que a mãe estava muito mal e ele ficou “sem cabeça para atuar pelo Figueirense”.
Eu não acredito nessa história até hoje. Para mim, é uma mentira deslavada.
 
Mas, o jogador é quem se queimou. O clube foi atingido em parte e acredito que esteja livre por omissão.
 
Pois hoje, talvez com ciúmes da atitude do Fábio, o atacante Denilson faz algo menos pior ou tão pior quanto, ao não aceitar a reserva e disse que não ficaria mais no Avaí.
 
Esse problema Denilson já vem desde a semana passada. Ele havia abandonado o treino, levado seus pertences da Ressacada, e disse que não mais voltaria.
 
O que fez o Avaí? O fez cumprir o contrato. Levou o atleta na delegação para Belo Horizonte, forçado pelo presidente Batisttotti, e lá ele soube que não seria titular, rebelando–se de vez.
 
Denilson ficou fora da relação dos que ficariam no banco de reservas. Como “profissional” ele deveria sim ficar no banco de reservas. Não ficou.
 
Sabe o que ele fez: há uma foto dele chegando no Independência (ele está de costas e boné preto) e durante o jogo ele posta mensagem no Instagram pessoal. Eu vou te contar. Até coraçãozinho ele aplicou no post.
 
E foi mais chique. Fábio foi embora de táxi, Denilson de avião.
 
Há duas situações para serem analisadas: Por que o Avaí levou Denílson? Para mostrar autoridade? Por que gastar uma vaga na delegação (avião, hotel, etc) com um cara já rebelado? O que os outros, que sequer viajaram, estão pensando?
 
A sorte do Avaí é que o Denilson ainda vai render dinheiro, porque o São Paulo vai pagar a multa. Senão, seria mais um daqueles que aprontaram no futebol e se deram bem. O cara vai estar no São Paulo, clube modelo em muita coisa. Ganhando mais. Titular? Não se se sabe.
 
A lição que fica: não se esconde nada no futebol. Os clubes se blindam, procuram afastar a imprensa de tudo, mas a verdade aparece. Quando a “m” é grande, sempre estoura.
 
Se vocês fossem mais transparentes, assim como era no passado, esses tipos de atletas, Fábio e Denilson, morreriam na casca. Comigo, no meu tempo dos bons de repórter/setorista, esses dois iriam dançar miudinho. Quem conviveu comigo sabe do que estou falando.
 
Por fim, para não me alongar muito, há um clube que é modelo, gostem ou não, que é a Chapecoense. Por que eles sabem contratar a dedo e os dirigentes daqui não?
 
A Chapecoense, antes do acidente aéreo, já dava indícios de quase caminhos seguir. Por que os dirigentes daqui ainda penam em montar elencos?
 
É preciso calma, tato, conhecimento, vasculhar a vida do atleta, saber do seu comportamento, antes que firmem esse “casamento” que são os contratos longos de hoje.
 
Denilson deu dinheiro para o Avaí. Fez alguns golzinhos, mascarou, se achou o tal. Fábio deu desgosto, saiu pela porta dos fundos, e não deu retorno algum, só coisa ruim.
 
Chega de contratarmos problemas. Vamos cuidar mais dos “entretantos” para não sofrermos ou passarmos vergonha com os “finalmente”.

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