Editorial – O momento é de caça às bruxas
Estamos passando por um momento tenebroso de caça às bruxas no futebol catarinense. Alguém precisa “pagar o pato” com urgência. É o Joceli no Avaí, o Maninho na Chapecoense, a Elephant no Figueirense, a GA ou o Dal Farra no Criciúma, e assim por diante. Até eu fui “premiado” com corinho no Scarpelli, quando o problema na essência eles não atacam.
Alguém, que milita no futebol, de sã consciência, acredita mesmo que o problema do Avaí é o Joceli? Talvez ele seja o menos culpado. Mas, o rolo era com o Joceli. Já não é mais. Agora com quem será? Quem será a próxima vítima?
No Figueirense, não conseguiram resolver o impasse e mantiveram a Elephant, a gestora de tudo. Ainda me perguntam, principalmente no Twitter, como estão atrasos, pagamentos, dívidas, etc. Não falo mais sobre isso. Lá atrás, quando era o Vernalha, divulguei que o Figueirense estava sendo mal administrado, mostrei (quase) tudo com riqueza de detalhes, matei a cobra e mostrei o pau, e o que fizeram? Nota oficial no site contra mim e corinho de torcida no estádio. Não quero nem saber, não falo mais, ainda mais depois da reunião dos notáveis com o Honigman, eles avalizando em entrevista coletiva o passado recente e dando carta branca para o futuro.
Então, meus caros, que sigam o fluxo. É assim que vamos até o final, com grandes possibilidades de não termos nenhum clube na elite em 2020, a maioria na série B do próximo ano, e por sorte sem nenhum nosso na C, exceção ao Brusque que vem da D. O cenário é preocupante, perdemos espaços importantes no cenário nacional, porém vivemos um momento de reflexão, de muitas cobranças, de pouca receita, e de uma despesa enorme que nossos bolsos não alcançam.
O torcedor acha que fazer futebol é barato? Que basta pagar a mensalidade de R$ 100,00 e acha que ‘banca’ o que é o futebol de hoje? Pior ainda quem acredita que qualquer um vai assumir um clube de futebol, pagar todas as dívidas, zerar o passivo, e ser aplaudido sem levar nada em troca? Futebol é negócio, envolve o ônus e o bônus.
O mais absurdo aconteceu no Figueirense, onde lavaram as mãos pela dívida recente, deram o clube para uma empresa tocar, assinaram um contrato quase eterno, e os problemas não cessam. É bem verdade que a saída do treinador de goleiros é fruto de ação de um passado recente e não de pouco dias, mas também não foi o primeiro e talvez não seja o último.
Enquanto a Elephant tenta se equilibrar com as próprias pernas, o Avaí navega em mar de almirante fora das quatro linhas, mas o torcedor se envergonha pelo que não é feito dentro de campo com essa humilhante lanterna do Brasileirão.
Estamos apenas na primeira quinzena de agosto e nos resta esperar pelas cenas dos próximos capítulos, cujo filme de terror tende a tirar o nosso sono, porque dá medo de pensar que a escuridão pode ser ainda maior até o término da temporada.
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