Editorial – o Avaí FC pode dar um grande exemplo para o futebol brasileiro

| 3 de maio de 2021

Banner Editorial 1Como já é de conhecimento público, principalmente do segmento esportivo, a atual diretoria executiva do Avaí, comandada pelo presidente Francisco Battistotti, teve as contas rejeitadas por 32 conselheiros na última sessão do Conselho Deliberativo. O número é pequeno para a grandeza do Avaí, tanto que somente 42 conselheiros votaram. O primeiro erro já está aí. Vamos “abrir as portas” deste Clube? Se o Conselho tem 200 integrantes, e apenas 20% participam, é preciso renovação, ampliar o número de conselheiros e sócios/torcedores com direito ao voto. Eu tenho certeza que muita gente gostaria de fazer parte do Conselho, mas lhes faltam oportunidades.

Pois bem! Há que se destacar o excelente trabalho do Conselho Fiscal do Avaí, que foi altamente profissional e zeloso com o Clube. Foi formada uma Comissão Temporária composta pelos conselheiros Sandro Lacau, Alessandro Abreu, Bernardo Pessi, Rodolfo Matte e Eduardo Goedert.

Se esse grupo nomeado tiver acesso às informações, e nada mais se manter obscuro, saberemos se a gestão do presidente Battistotti foi irresponsável, temerária ou agiu por incompetência mesmo em gerir um clube do tamanho do Avaí. Há uma linha tênue entre incompetência e irresponsabilidade.

Pelas contratações, por assinar contratos longos, e com alguns jogadores de reconhecida irrelevância, gastando em demasia, inclusive contratando executivo de futebol sem necessidade, fora as omissões de informações até para os conselheiros da negociação do zagueiro Gabriel, por exemplo, das dívidas astronômicas com o Rildo e Adryan, se percebe que Battistotti deixa o Avaí em perigo em um futuro próximo.

Battistotti cansou de dar entrevistas em relação aos agentes dos jogadores: “Não adianta, não pago comissão para ninguém”, esbravejava. Ora, qualquer juvenil sabe que nenhum clube sobrevive sem os agentes ou empresários do futebol. A última informação sobre este tipo de pagamento no Avaí gira em torno de R$ 731.623,40, justamente de comissões.

O que a Comissão Temporária precisa investigar é por quê os valores da negociação do Gabriel jamais apareceram nos balanços publicados.

É necessário que se faça no Avaí uma devassa nas contas como a que foi feita no Internacional, o Cruzeiro passa por isso também, enfim, auditorias independentes sérias e competentes. Não adianta maquiar números.

Insisto que em todos os balanços (2018/2017 – 2019/2018 e 2020/2019) a partir da venda do Gabriel, jamais constou neles a porcentagem do divulgado 30% de comissões. E quem foi o beneficiado? Se não consta no balanço foi de boca? E para quem foi esse dinheiro?

Gabriel foi vendido em Jan/2017, portanto, teria de aparecer nos balanços à partir de 31/12/2017, porém jamais apareceram no balanço do exercício e nos subsequentes, os citados 30% dos Direitos Econômicos em futura negociação, que caberia conforme dito em 01/01/2020 por  Battisttoti os 15% do Avaí FC e do tal “Parceiro Anônimo” (15%).

Há indícios de superfaturamento em relação às categorias de base, com números discrepantes em relação a 2019. Isso passou batido pela auditoria contratada pela diretoria executiva.

Aliás, a Audibanco precisa se explicar. O Conselho Fiscal emite parecer rejeitando as contas e nada é citado pela auditoria independente contratada pelo Avaí? Quem está com a razão? Causa estranheza que a Audibanco não apresentou nenhuma ressalva, diante de fatos tão obscuros.

Portanto, o que se pretende, é preservar o Avaí FC dos oportunistas, mentirosos, trapaceiros. Vocês, integrantes da Comissão Temporária, estão muito próximos de entrarem para a história, seja pelo lado positivo ou negativo.

Que façam o papel de zelosos pela instituição, pelo futuro de um clube viável, que não pode cair em desgraça, e nem nas mãos de irresponsáveis. Muito mais do que o presente, a minha preocupação é com o futuro dos nossos clubes.

Categoria: Avaí, Catarinense 2021, Destaque, Outros assuntos

.