Editorial – Não transfiram a culpa somente para o goleiro

| 22 de janeiro de 2021

Banner-EditorialRodolfo Castro não pode ser o vilão do rebaixamento, caso o mesmo se concretize de forma matemática. A queda do Figueirense vem de décadas, avançou com as dívidas depois da saída de Paulo Prisco Paraíso, e entrou no caos com a aprovação por parte dos conselheiros para a entrada da Elephant, teve o auge da vergonha com o eterno WO, valorizado por muitos, e agora com o caminho traçado para a Série C, competição que o Figueirense disputou pela última vez em 1999.

Não tenham memória curta, por favor. O jogo hoje faz parte deste cenário escuro (e obscuro), evidente com a falha clamorosa do goleiro, mas não caiu por isso e sim por uma série de fatores.

A primeira saída, com direito a puxada de tapete de Paulo Prisco, foi por ciúme de alvinegros poderosos. Prisco estave crescendo muito e ganhando muito dinheiro com a Figueirense Participações. Deram um jeito e o retiraram do Scarpelli.

Os primeiros anos da administração de Wilfredo Brillinger foram bons, mas depois virou um desastre. E a dívida histórica aumentando. Wilfredo foi o mentor do clube-empresa dentro do Figueirense e o grupo liderado por ele abriu as portas para a Elephant, obviamente com o aval da quase totalidade dos conselheiros. Penso que aprovaram sem ler o contrato.

A Elephant chegou poderosa e otimista, prometendo Libertadores, Copa Sul-Americana, mínimo de 7 anos na elite do futebol brasileiro e, dentro do projeto, uma arena.

A empresa foi definhando, com a saída inicial de Alex Bourgeois, assumiu Vernalha, saiu Vernalha e veio Cláudio Honigmann, que trouxe Murilo Flores e Fernando Kleimannn, que depois esses saíram pela porta dos fundos, e Honigmann tocou sozinho até ser retirado pelo Conselho Deliberativo, em rescisão unilateral, decisão que vem sendo discutida na Justiça.

Em campo, no dia a dia, uma série de lambanças, com a chegada de Elano e Luciano Sorriso, a terceirização (não oficial) do futebol para José Carlos Lages, Norton e Paulo Prisco atuando mais nos bastidores, salários atrasados desde outubro, enfim, uma bagunça fora das quatro linhas. Não pode dar certo mesmo!

Eu ainda vou voltar ao assunto, mas há que se lamentar o buraco em que colocaram o Figueirense. Todos, principalmente o Conselho Deliberativo. Não cuidaram bem do Figueirense. A dívida monstruosa que beira R$ 160 milhões, impagável pela situação atual. Agora é aguardar pela confirmação do rebaixamento e já trabalhar na reorganização no dia seguinte para o reerguimento do Clube.

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