Editorial: Muita gente demais atrapalha
O Avaí entra no Z-4 e deixa a torcida preocupada, pois teme mais um acesso e um rebaixamento seguidos. A tal gangorra que não nos livramos ainda, porque nossos clubes, por má gestão, por briga pelo poder entre dirigentes, e por darem o clube à pessoas sem capacitação alguma, principalmente para gerir o futebol e o clube com profissionalismo, causaram um mal terrível ao futebol catarinense.
A gestão atual do Avaí já pagou R$ 12 milhões da gestão Francisco Battistotti. Prisco e Norton se desdobram para recuperar o que os próprios alvinegros fizeram com o Figueirense. Joinville, idem. Criciúma, por sorte, zero de dívida, também passou muito sufoco, e está querendo retornar à elite de SC.
Voltando ao Avaí, a razão de ser deste editorial. Júlio Heerdt e Bruno Comicholli precisam colocar o clube novamente no rumo. O próprio Avaí está perdendo para o Avaí.
Falo sobre ambiente interno, entra e sai de jogadores, entra e sai de gestores do futebol, a chegada de Jorge Macedo para a diretoria executiva e de Lucas Ottoni para a gerência de futebol. Algumas escolhas deles, algumas negociações de jogadores, não pagamento da premiação do acesso, chegada do Guerrero, que para o marketing foi muito bom, escolhas erradas do Barroca, muito falatório e pouca ação, e isso não é bom para o desempenho em campo.
Gente demais, atrapalha. Não precisava disso, mas deram o passo maior que a perna. Presidente, chegou a hora de meter o dedo na ferida. Tudo que foi alcançado fora das quatro linhas, número de sócios, grandes rendas, nada disso vai servir se na reta final o carro se desgovernar.
Acertem internamente, de dentro para fora, porque daí tudo irá fluir novamente, como era no início. E eu costumo dizer que “água demais, mata a planta”.
