Editorial: Já está virando perseguição com o futebol profissional

É um absurdo o que determinados prefeitos estão fazendo com os nossos clubes de futebol profissional, aqui em Santa Catarina. Apertaram a corda e querem fazer sangrar, acredito, até fecharem as portas. Só pode. Não há outra explicação.

Não há lugar “mais seguro” ou “melhor vigiado” contra o novo coronavírus que os nossos clubes profissionais. São exames quase que diários, seja com os testes rápidos ou os mais minuciosos feitos em laboratório. E isso custa muito caro.

Os jogadores que foram detectados com o vírus foram afastados, acompanhados pelo clube e pela secretaria de saúde do município. Pronto. Os demais seguiram treinando.

Ontem entrei para almoçar em um restaurante, mesas espaçadas, álcool em gel na entrada, e nada mais. Outro dia fui a um shopping, mediram a temperatura duas vezes (minha temperatura oscila entre 34 e 36 graus}, álcool em gel nas mãos, fiquei menos de uma hora e fui embora. No supermercado que freqüento a mesma situação.

Até hoje não tive nenhum sintoma e nem fiz teste rápido ou o de laboratório. Cito isso para dizer que ainda não fui a lugares com grande aglomeração como Mercado Público, Calçadão da Felipe Schimidt nos horários de pico, ou em outros lugares com muita gente.

Em nenhum dos lugares citados por mim há mais cuidado do que nos clubes. Não há. Gostaria que me apontassem algum lugar, porque eu gostaria de ir.

Porém, ônibus pode, aulas liberadas, mesmo com restrições, e até os beachs clubs funcionaram no último final de semana. Não vou nem falar da festa junina em que o governador esteve, realizada em um hotel em Gaspar, portanto, um estabelecimento particular.

Vocês, prefeitos, secretários de saúde, estão sendo incoerentes. Liberam o que interessa ao município, mas apertam a garganta do segmento que mais se cuida no momento.

Aqui na capital são 30 jogadores no Avaí e outros 30 no Figueirense, sem contar todo o staff dos clubes. Querem fechar nossos clubes? Essa sangria se continuar vai gerar um desemprego ainda maior.

Sei da gravidade da Covid-19, Florianópolis vem sendo exemplo, mas já estão passando dos limites. Não teremos torcedores, os jogos serão com portões fechados.

Logo, por quê essa preocupação exagerada? Estamos com a doença bem controlada em Santa Catarina e não é por causa de alguns jogos sem torcida que iremos dar um salto significativo e preocupante no número de infectados. Não posso dizer o mesmo com as liberações que estão fazendo.

Quero enfatizar que sou a favor do uso de máscara, da higienização permanente das mãos, do distanciamento social até passarmos o inverno, mas como estão liberando muitos segmentos, até de condução de massa populacional, que se libere o futebol profissional para treinos coletivos e jogos com portões fechados.

O remédio está pior que a doença!

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