Editorial – Isso não pode ser apontado como uma leve distorção

| 20 de dezembro de 2016

camera-tvNo futebol, clube grande é clube grande e pronto, não apenas pela pujança alcançada, mas pelos títulos de expressão que foram obtidos ao longo da história.

Flamengo, Corinthians, Palmeiras, Inter, e mais alguns, São Paulo e Santos, dando mais exemplos, possuem conquistas que os clubes medianos ou pequenos jamais terão.

Portanto, tamanho é tamanho, cada um com sua grandeza ou limitação. Só que no futebol brasileiro há uma disparidade gigantesca em se tratando do dinheiro (cotas) que a TV paga pelo Brasileirão.

A diferença chega a quase 7 vezes entre o que recebem dois grandes clubes em relação aos medianos, emergentes ou clubes de pouca expressão, que estão na mesma divisão.

Exemplificando: Corinthians e Flamengo possuem cotas de R$ 170 mi/cada, fora outras vantagens da própria detentora dos direitos de televisionamento, enquanto Chapecoense e Avaí receberão R$ 23 milhões/cada, em 2017.

O Avaí quer ganhar igual o Corinthians? Não é isso. A Chapecoense quer a mesma cota do Santos? Também não é isso. Não se discute aqui títulos e grandeza, mas sim a absurda diferença de valores.

Palmeiras e Vasco da Gama, com 100 milhões/cada, Santos, com R$ 80/mi, também são injustiçados nessa fatia do bolo. Por que o Santos recebe apenas R$ 80/mi e os dois primeiros clubes, R$ 170 mi/cada? Dizer que são as duas maiores torcidas do Brasil não é argumento suficiente.

Pulamos, então, para a série B. O Inter arranca com R$ 60 mi de cota e o Goiás, R$ 35/mi. Na teoria, duas vagas “reservadas” para os dois. Por que os demais clubes recebem apenas R$ 5 milhões/cada? Até acho que o Inter está com uma cota muito defasada, pelos títulos que papou, mas só R$ 5 milhões para os ditos pequenos não é uma mixaria?

Eu só sei que fica muito difícil exigir, dentro de campo, que os jogadores tirem essa diferença monstruosa fora das quatro linhas, mas isso, mesmo que raramente, é possível de acontecer e já aconteceu algumas vezes A Chapecoense nos provou que é muito possível.

O outro problema que vejo é a dependência de 90% desses clubes do dinheiro da TV. Eles precisam, pegam cotas antecipadas, batem na porta da Globo com pires na mão, mas o Esporte Interativo provou que é possível meter a mão nesse balaio e tirou alguns grandes da emissora rival, coisa que outros grupos de comunicação pipocaram e fugiram da raia.

A verdade é que, assim como os jogadores é que jogam e decidem pela torcida, os dirigentes é que precisam entrar em campo, unidos, e acabarem com esse monopólio, mas principalmente se valorizarem mais, sob pena de que continuarão pequenos e achatados por toda a eternidade.

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