Editorial – As lições de 2019. Será que aprenderam?

| 26 de dezembro de 2019

EditorialEm poucos dias, estaremos em 2020. Quando criança, meu pai sempre dizia que “persistir no erro é burrice”, ditado que se encaixa muito bem ao que desejo comentar com avaianos e alvinegros. Os erros aconteceram, não deveriam, mas aconteceram. Que não se repitam!

Os torcedores precisam se fazerem presentes com mais frequência nos nossos Clubes. Não somente em dias de jogos. Vocês não sabem a força que possuem. Um bom exemplo é o que a torcida do Figueirense fez no que ficou marcado como retomada alvinegra.

Todos precisam zelar pela história, pela tradição, fiscais do que pertence a vocês. O Figueirense tem o modelo de clube-empresa e assim permanecerá, enquanto o Avaí não é de dono, ao menos, na teoria. Battistotti quis se apoderar, mas a torcida o colocou no lugar dele, e agora o dirigente azurra faz promessas de que tudo será bem diferente no próximo ano. Vamos dar crédito, então.

O primeiro “paredão” desta defesa deveria ser os conselheiros. Eles são os privilegiados. Quase a totalidade concorda com que a diretoria executiva faz. E nos dois clubes, sem exceção. Não exercem o poder de fiscalização. São, em sua maioria, coniventes. E, em primeira escala, tão culpados quanto.

No caso específico da Elephant, conselheiros do Figueirense, e seus ex-presidentes recentes, foram culpados diretos pela entrada no Clube de uma turma que tomou o Figueirense de assalto. É verdade que não foi à mão armada, mas entraram porque “deram as chaves”. E quem permitiu é tão culpado quanto. A verdade é que não protegeram a instituição!

A primeira falsa promessa, foi aquela enxurrada de mentiras citada em uma cláusula do contrato em que prometiam permanência na série A por um período não inferior a sete anos, conquista de título internacional, construção de Arena, Libertadores, etc. Por aí, já nem deveriam ter entrado, mas os agoniados e sonhadores, alguns do clã tentando se livrar das dívidas que eles construíram, permitiram a entrada da Elephant pela porta da frente.

No Avaí, Battistotti, centralizador, fez o que bem quis, até ser enquadrado pelo Flamengo no tocante à dívida com um jogador do passado, abatida da venda de mando de campo para Brasília, e na perda do prazo para solicitar ingressos para o torcedor avaiano no Maracanã contra o mesmo Flamengo. Não cuidaram da imagem do Clube, não zelaram pela torcida, se acharam donos e superiores, e os conselheiros, em sua totalidade, bateram palmas.

Fazem e acontecem e nada acontece. Não sofrem punição. Parece que é favor presidir o Clube. E o fazem não com dinheiro próprio e sim da torcida, da força do clube, dos patrocínios, da CBF, das cotas da TV, etc. Eles não vão atrás de verbas, o dinheiro vem até eles. Por isso que digo que atualmente é muito fácil ser presidente, porque jorra dinheiro de todos os lados. Queria ver essa turma no passado, aqueles sim os verdadeiros abnegados e dirigentes de valor.

Ainda sobre o Avaí, e aqui não vai comparação, é muito bom saber que as contas estão equilibradas, que há superávit de R$ 4 milhões, que funcionários e jogadores receberam 13º e férias, tudo em dia. O mesmo não acontece no Figueirense e muito menos, por exemplo, na Chapecoense, onde nos últimos anos nem se imaginaria que teriam um quadro financeiro tão negativo e preocupante.

Apenas lembro que pagar em dia é obrigação do gestor e direito de quem trabalha, no caso, o funcionário. Há clubes aqui em Santa Catarina que não conseguem pagar nem os funcionários mais humildes. E quem fiscaliza a má gestão? Ninguém. Ou bem poucos.

E pela má gestão dos nossos dirigentes estamos no devido lugar: Séries B e C. Perdemos espaço nacional e até nossa Federação caiu uma posição no ranking das Federações. A grata surpresa foi o Brusque, campeão brasileiro da série D.

Alguém poderia estar pensando: O Polidoro estaria brabo, porque não temos nenhum representante na série A? De maneira alguma. Há anos que bato na tecla que nosso DNA é de Série B. Vamos subir de novo, vamos cair de novo. E a gangorra vai permanecer.

Nosso futebol carece de dirigentes como João Salum, José Mauro da Costa Ortiga, Moacir Fernandes, Valdomiro Schultzer, Zunino e Paulo Prisco, Delfim.

O nosso trabalho em prol do futebol catarinense vai continuar. Seja em alta ou em baixa, estaremos junto com nossos representantes.

Se os Clubes ajudarem, cresceremos. Tendo clubes fortes, teremos um campeonato forte. Se não repetirem as mancadas de 2019 já estaremos no lucro. Eu acredito que eles não repetirão.

 

Categoria: Avaí, Destaque, Figueirense

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