Editorial: a Imprensa precisa saber dos seus limites

| 8 de junho de 2019

Banner-EditorialO assunto é delicado, polêmico, pessoal, e até pode se encaixar como falta de ética, mas é preciso debater o assunto para evoluirmos e para que cada um que ama futebol, imprensa, jogadores, treinadores, torcedores, Clubes, possam conviver em harmonia, mesmo que cada jornalista ou radialista tenha que cumprir o seu papel como criticar, elogiar, informar, investigar.

Vou começar pelo fato de cada jornalista revelar ou não seu time de coração. Eu não vejo problemas em revelar. Sempre o fiz. Sempre fui correto com minhas opiniões. Jamais quis prejudicar A ou B apenas porque meus times de preferência poderiam ser prejudicados ou favorecidos. Eu opino, está feito. Não me importo se vai agradar ou desagradar, quem quer que seja.

Fui 25 anos setorista de Avaí e Figueirense. Conheço os dois clubes como poucos. E conheço outros clubes do nosso estado. O profissional tem que saber usar o seu espaço, seja em rádio, TV, Web, ou qualquer outro meio de comunicação. Em cidades com um time apenas, como Criciúma, Joinville e Chapecó, entendo como normal os profissionais da mídia apoiarem a equipe local, mas não se admite que passem dos limites.

Não faz muito tempo, fui vítima de uma nota oficial injusta do Figueirense FC, emitida e publicada a mando do então presidente Cláudio Vernalha, daqueles canalhas que se aproveitam do futebol para obter vantagens e interesses pessoais e financeiros. Eu não menti uma linha sequer sobre o trágico momento financeiro do Figueirense. Eu não merecia essa nota, porque não aumentei ou distorci os fatos. A torcida alvinegra sabe disso. Os profissionais prejudicados por ele me contaram horrores, a maioria nem divulguei.

O ponto que quero chegar é esse: limites. Hoje em dia grande parte dos profissionais da mídia deseja ser maior que a notícia, o jornalismo atual perde de goleada para o jornalismo que pratico há 40 anos. A mídia inverteu a ordem, muitos profissionais direcionam seus comentários para outro foco, e não o que realmente interessa. Eu vou mudar? Jamais! Vou seguir sendo conservador, profissional, valorizando quem merece, elogiando e criticando na proporção do momento, porque minha conduta na imprensa esportiva sempre foi pautada na correção, sem deboches, sem perseguição, sem armação.

Categoria: Avaí, Chapecoense, Criciúma, Destaque, Figueirense, Joinville, Outros assuntos, Outros clubes

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