Atletas falam sobre igualdade de gênero no hipismo

| 4 de agosto de 2016

luiza manuelA igualdade de gênero luta para que homens e mulheres desfrutem das mesmas oportunidades, direitos e obrigações em todos os campos: educação, trabalho, saúde e poder e influência. Infelizmente, ainda há muito a se fazer para que a igualdade entre homens e mulheres seja de fato alcançada. Porém, em uma das modalidades olímpicas, essa já é uma conquista, e de longa data. O hipismo é o único esporte onde homens, mulheres, jovens e atletas mais maduros disputam uns com os outros pelo ouro, nas provas individuais, e lado a lado, pelas medalhas por equipe, sob a mesmas condições.

No Rio 2016, 40 dos 60 cavaleiros de adestramento são mulheres, segundo a Federação Equestre Internacional (FEI). A atleta brasileira Giovana Pass será a mais nova da equipe de hipismo e uma das mais jovens dos Jogos. Na mesma arena, em disputa pelo ouro, estará a veterana de 62 anos Julie Brougham, da Nova Zelândia.

Dos 11 times equestres que vão disputar os Jogos, cada um com quatro conjuntos (cavalo-cavaleiro), a Austrália é a única a ter uma equipe somente com mulheres. A Dinamarca, Alemanha, Suécia e os Estados Unidos têm, cada um, três amazonas, enquanto os Países Baixos e a Espanha possuem três cavaleiros em seu time.

A amazona Luiza Almeida tem a seguinte opinião: “No hipismo homens e mulheres podem competir por igual e eu acho isso maravilhoso. Essa é uma característica que torna o hipismo um esporte muito nobre, não somente por essa questão de igualdade de gênero, mas também de idade. Eu bati o recorde nas Olimpíadas de Pequim sendo a atleta mais jovem e, ao mesmo tempo, tinha um atleta japonês batendo o recorde sendo o mais velho. Essa nobreza do esporte só fortalece  a ideia de que, independente do seu gênero ou idade, se você se dedicar e trabalhar com disciplina, foco e amor, os resultados poderão aparecer independente de todas essas coisas. Tenho muito orgulho de representar o Brasil nessa modalidade tão nobre.”

Já o cavaleiro Manuel Almeida comenta: “Quando saberemos que a igualdade de gênero foi alcançada? Quando nós nem pensarmos mais nisso. Quando você nem pensa mais se o homem está fazendo mais, ou se a mulher está fazendo mais. Quando não há essa discriminação isso não passa pela nossa sua cabeça. Nós, atletas do adestramento e do hipismo em geral, já temos essa sensação. E se vocês não tivessem nos lembrado que no hipismo homens e mulheres competem em pé de igualdade, eu não teria pensado nisso. Isso já é comum em nosso esporte, e nem passa pela nossa cabeça. É por isso que eu acho que nosso esporte é uma prova de que a igualdade de gênero pode ser alcançada”

Fonte: Danielle Monteiro/OPR

 

Categoria: Rio 2016

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