Editorial: A completa inversão de valores no Avaí

Após a derrota para o Goiás – resultado que não é um absurdo – mas que se torna um complicador por ter sido a segunda derrota seguida, Geninho foi para a entrevista coletiva falando sobre tudo, inclusive ultrapassando o seu limite de treinador ao citar que “o Avaí está certinho com suas finanças” e que “a contratação de um ou mais atacantes fica inviável agora, porque o clube não dispõe desse dinheiro”. Ora, esse tipo de declaração é pior do que tentar justificar mais uma derrota na série B.

O foco do Avaí é mesmo o acesso? Essa é meta do ano? Logo, soa como desestimulante a declaração vinda do treinador, talvez até colocando na parede a diretoria, algo tipo “eles não podem contratar e eu aqui fico dando explicações”.

Afinal de contas, o Avaí tem ou não tem diretor de futebol para dar essas explicações ao torcedor? E o presidente? Chega de Copa do Mundo. A Copa do Mundo do Battistotti é o Avaí FC. Então, que em breve, alguém da diretoria, a pessoa mais indicada, fale com a imprensa e informe à torcida se o que o Geninho disse é verdade, porque não é justo fazer o torcedor de idiota, vendendo uma ideia que não vai ter saída.

Certa vez, um dirigente do alto escalão do Avaí, no passado, no meu tempo de setorista, disse na minha cara que torcia para o Avaí não ser campeão, porque não teria como pagar a premiação combinada com os jogadores. Eu olhei bem pra ele e disse: “Tu só pode estar de brincadeira” e prometi lhe “entregar” para a torcida, mas ele prontamente desmentiu o que tinha dito.

Só que no fundo, no fundo mesmo, esse dirigente estava falando a verdade. E quem sofre com tudo isso? O torcedor. Aquele que deixa de pagar uma continha, que se sacrifica para ir ao estádio, os fanáticos que comparecem com sol ou chuva, no calor do forte verão ou no frio intenso do inverno como a noite gelada dessa quarta-feira.

Futebol ninguém me ensina nada. esse filme já vi várias vezes. Série B, então, somos calejados aqui na capital. Esse sobe e desce já estamos tarimbados. A hora de agir é agora, sob pena de apenas ser uma campanha modesta e decepcionante para uma torcida que acredita que estão fazendo de tudo para brigarem pelo acesso.

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