Túnel do Tempo

| 23 de janeiro de 2018

Lula PereiraLula Pereira, pernambucano de Olinda. Foi zagueiro e depois treinador. Tive dois momentos distintos com Lula Pereira. Um foi de uma alegria imensa e o outro nem tanto.

Lula foi contratado pelo Figueirense em 1994. Eu era setorista do clube alvinegro pela rádio Guarujá. Além de setorista, era apresentador do programa Show de Bola, líder de audiência e um fenômeno do rádio esportivo dos bons tempos da Guarujá.

Déde da Indil me liga no telefone da rádio (eu não tinha nem celular) no intervalo do Show de Bola. Não lembro o dia da semana. “Estou saindo agora do aeroporto (Hercílio Luz) e vou levar o nosso novo treinador aí agora”, disse Dedé, dirigente do Figueirense e braço direito do presidente Gercino Costa.

Era Lula Pereira. Confesso que não o conhecia. Ele também nunca havia treinado nenhum time em Santa Catarina.

Durante a entrevista ao vivo, uma das perguntas ao Lula foi: Você vai trazer algum jogador de nome? E Lula respondeu: Por quê? Aqui ninguém é batizado não?

Dei risadas da resposta e alguns ouvintes não gostaram, mas foi a forma direta do Lula em dizer que primeiro teria que avaliar o elenco e que “jogador de nome” nem sempre é a solução.

Lula foi para o campo treinar o time e implantou banana e rapadura. A maioria da mídia torceu o nariz. O que ele anda fazendo? Adiantado no tempo, Lula Pereira passou a implantar métodos que aqui eram tabus. Ou desconhecidos.

O fim dessa história nós já sabemos: Figueirense, campeão catarinense de 1994, um título de uma longa espera de quase 20 anos. O último título estadual tinha sido em 1974.

Os amigos que fiz naquele ano, sejam jogadores, dirigentes ou membros da comissão técnica do Lula Pereira, não me deixarão sozinho agora. Lula era fera, muito fera.

Presidente Gercino, Dedé da Indil, Hélio Koerig, Pedro Pavanatti, Iberê Rosa, Luis Carlos Cruz, Marco Aurélio Ávila, Rogério (goleiro), Soliz, Felício, Gelásio, Coutinho, Gilmar Serafim, Mário, Biro-Biro, Ricardo, Barbosa, Narciso e Flávio, tanta gente boa que jamais esquecerei.

Já a foto aqui publicada foi de 2003, na Ressacada. Lula Pereira no Avaí. Ficou taxado como o responsável pela contratação de 40 jogadores. Não vingou no rival. Mas, a imagem que tenho do Lula Pereira é do Figueirense mesmo. Lá foi o sucesso.

E o auge foi quando treinou o Flamengo em 2002. Digo auge pelo que representa o Flamengo no currículo de qualquer profissional. Bom saber que o Lula Pereira, aos 61 anos de idade, está bem de saúde e tocando a vida no Nordeste brasileiro.

Essa foto é para lembrar, e homenagear, o nosso maior clássico, Avaí x Figueirense, Figueirense x Avaí.

Ainda aparece ao fundo, o Rafael, ex-supervisor de Figueirense e Avaí.

Foto: Arquivo Pessoal/Polidoro Júnior

Categoria: Catarinense 2018, Destaque, Túnel do tempo

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