Fogo amigo: Torcedor avaiano relata agressão após o clássico e se diz abalado e confuso

| 3 de setembro de 2018

César Briga1O clássico do lado avaiano foi, diria, um desastre. Menos mal que o time segue no G-4 e o torcedor alvinegro Douglas Cirimbelli já está com seus familiares, mas os relatos que recebo de brigas entre os próprios avaianos durante e após o clássico são muitos, incluindo o César Senem, um dos responsáveis pelo blog Avaí Eterna Paixão, exclusivo para a comunidade azurra na internet e que possui 14 mil membros. Em forma de desabafo, ainda abatido pela agressão que sofreu após o clássico, de um torcedor do próprio Avaí, pelas costas, César me confessou que está decepcionado com a intolerância, a ignorância de muitos torcedores, a falta de educação, e o ódio que nutre muitos torcedores, de todos os times, que deveriam ser proibidos de frequentarem estádios de futebol.

Logo após o gol do Figueirense, alguns focos de brigas entre torcedores avaianos foram registrados. O mais grave, e até prolongado, aconteceu no setor D e fiz o registro com fotos no meu twitter @polidorojunior

O relato

” Sou sócio do Avaí, eu e meus dois filhos. Fui com o meu filho mais novo, o Gustavo, de 17 anos. Eu estava no setor D, onde aconteceu a briga. Um torcedor agrediu um outro torcedor, um senhor de uns 65 anos. O meu filho estava próximo e gritou com o policial para vir atender, porque ficou com muita pena do torcedor agredido. Ele estava bem machucado. Eu fiquei com meu filho depois disso tudo, esperei esvaziar o estádio, porque estava um clima muito pesado, ruim. Estava indo em direção ao meu carro, quando veio um torcedor e me agrediu várias vezes com socos na cabeça. Fiquei atordoado, porque não sabia o que estava acontecendo, porque estava sendo agredido. Esse torcedor deve ter me machucado com o relógio ou anel e comecei a sangrar muito na cabeça. Meu filho tentou me defender, até que separaram. Esse torcedor gritou: “tu bateu no meu pai”. Ele me confundiu com alguém que agrediu o pai dele naquela confusão dentro do estádio. Ele nem falou nada comigo, não perguntou se fui eu mesmo, e saiu me batendo. Será que esse é o caminho do futebol? Ele não me deu chance, oportunidade nenhuma, o fator surpresa foi todo dele, sem eu ter feito nada. Imagina se ele estivesse com algum pedaço de pau, barra de ferro, ou coisa parecida? É um trauma psicológico muito sério. Não sei se volto ao futebol. Nunca briguei com ninguém, sou do esporte amador, sou do futebol. Nunca apanhei nem do meu pai. E vem esse covarde e me agride sem eu ter feito nada. Acho que vou entregar as minhas três carteiras de sócios, porque esse futebol, esse entretenimento não me interessa”.

César Senem disse que torce contra o Figueirense pela rivalidade, mas que não tem ninguém como inimigo, tanto que na família dele há alvinegros e ainda centenas de amigos que torcem pelo Furacão. “Não é por causa do clássico que dá confusão. São as pessoas intolerantes que brigam e não se respeitam”, completou.

Senem ainda perdeu o relógio na confusão e a camisa nova que havia comprado, porque ficou rasgada, tamanha a violência empregada. Ele disse que paga a mensalidade e exige segurança dentro do estádio do clube do seu coração. “Eu vou pensar se devo colocar em risco eu e meus filhos em estádio de futebol”, completou.

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