Editorial: Um ano após assumir o clube, a nova gestão não consegue cumprir o prometido

| 18 de agosto de 2018

VernalhaO que foi “vendido” ao torcedor é que a mudança para Sociedade Anônima transformaria o Figueirense FC em um clube saneado e vencedor, com a promessa de conquistas nacionais e até a tão sonhada arena, além do projeto de conquistas de metas internacionais em curto espaço de tempo.

Não é nada disso que estamos presenciando ou ao menos com perspectivas de que possa acontecer num futuro próximo. Pelo contrário, o presidente Cláudio Vernalha não consegue pagar em dia a estrutura atual e, certamente, sem dinheiro para pagar as dezenas de reclamatórias trabalhistas e outras despesas do passado, acumuladas nos últimos anos.

Se queixar para quem? O clube foi cedido por 15 anos com prorrogação por mais 15 anos. Quem manda, seja na prática ou na teoria, é Cláudio Vernalha (foto). Ele é quem dá as ordens. Qualquer reclamação é na porta dele que devem bater.

Após a derrota para o Goiás, e pela enésima vez, Vernalha justificou que “o Figueirense está errado em ter atrasos” e emendou dizendo que “nosso trabalho é de médio à longo prazo”, além de citar que pelas dificuldades do país poucos empresários querem entrar como investidores.

Como não deve satisfação para ninguém, sequer para o Conselho Deliberativo, peça figurativa no processo, há perguntas muitas sem respostas.

Cadê os prometidos aportes? Qual o cronograma de amortização das dívidas, parte importante do contrato de cessão do clube? Que tipo de negociação é feita com os raros investidores?

São algumas perguntas que precisam de respostas urgentes. Vernalha nunca se escondeu para falar sobre assunto financeiro. Ele também tem razão quando diz que a quase totalidade dos clubes deve salários. Isso é verdade. Não é privilégio apenas do Figueirense esse atraso financeiro, mas a dúvida que paira é que essa nova gestão não deixaria isso acontecer.

O Figueirense ainda está na briga pelo acesso, mas se isso não acontecer como será 2019? A Série B é deficitária, o Brasil não sai do atoleiro, e o futuro não é promissor. Infelizmente, o momento é preocupante e o futuro incerto. Não foi isso que foi “vendido”.

Vejo totais condições de o elenco alvinegro conseguir esse acesso. O grupo não é ruim. Os problemas extra-campo é que atrapalham. Não adianta dizer que jogador esquece, porque não esquece. O certo seria estar tudo em dia e poder cobrar deles. Milton Cruz é peça-chave no processo, mesmo que grande parte da torcida queira a demissão dele, mas isso não vai acontecer. Ele é o homem de confiança do presidente. Se Milton Cruz sair agora, Vernalha fica sem chão.

A solução é seguir apoiando, aguardando pelo melhor, porque tudo está nas mãos do Cláudio Vernalha. Ele é o dono da caneta. Os conselheiros do Figueirense lhe deram esse poder. Os ditos notáveis repassaram o clube, que por fragilidade, incompetência, distanciamento, acharam que esse seria o melhor caminho, oportunizando à um desconhecido o comando por três décadas de um dos clubes mais importantes do nosso futebol.

Não estou dizendo que o modelo de gestão é falido ou coisa parecida ou que Cláudio Vernalha jamais deveria estar aqui. Apenas tenho minhas dúvidas sobre tudo isso que foi feito. Se foi o melhor para o Figueirense ou a pior coisa da história deste clube quase centenário. A verdade é que está tudo muito obscuro, sem sentido, sem algo palpável. E isso é muito perigoso.

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