Editorial – Rubinho vai se eleger com folga, mas precisa aprender a fazer política
O único tropeço cometido pelo atual presidente Rubinho Angelotti foi não ter se comunicado com os clubes, nem que fosse pelo telefone. Faltou a política da boa vizinhança, mas como ele é alma boa, não tem maldade, não é liso, ainda, vai levar essa eleição de goleada.
Rubinho vai para o seu primeiro mandato, de 2019 a 2023. Atualmente, ele cumpre mandato tampão por conta da morte do ex-presidente Delfim.
Os clubes, em sua esmagadora maioria, estão com Rubinho. O erro dele foi ter confirmado o vice-presidente da Região Oeste, indicado e com consentimento da Chapecoense. Criou-se uma situação desconfortável com os demais 24 clubes do Colégio Eleitoral. Sobre as 11 ligas, não posso falar nada, não tenho contato algum.
No fundo, é aquela ciumeira de sempre. Mas, os clubes estão com a razão. Deveriam sim ter sido consultados ou mesmo informados da chapa montada por Rubinho Angelotti.
Para se ter uma idéia, Rubinho não conversou com nenhum dos presidentes de clubes do Sul do Estado, Criciúma, Tubarão e Hercílio Luz, e acabou bancando na sua chapa o presidente da Liga de Criciúma, o Emerson, que os clubes respeitam, mas alegam que não foram consultados.
O Avaí se manifestou sobre a indicação de Marco Antônio Martins como vice do Litoral e gostaria de ter sido consultado também, o que gerou pressão, indignação do presidente Battistotti e até alguma discordância.
Ser e fazer política é uma arte. Um líder se reconhece por seu comando, postura, gestos e atitudes. Rubinho é um dirigente do bem. Vai ganhar de goleada. Não que a Oposição seja ruim, mas trilhou o caminho errado procurando primeiro as ligas e depois os clubes. Queria-se vitória, teria que ter começado por quem tem o peso maior: os clubes.
Não fiz pesquisa com nenhum clube. Opino por sentimento, pelo que conheço do futebol, por experiência de quase 40 anos nessa praia. Alexandre Beck Monguilhot, e seus apoiadores, precisam sair fortalecidos dessa eleição. Entendo que mudar sempre é salutar, mas por que mudar? Com quais objetivos? Que grupo irá assumir?
Logo, a Oposição voltará mais forte, com menos erros, mais unida, para o próximo pleito, porque esse já foi, é do Rubinho. E que o presidente Rubinho aprenda com o vacilo desta eleição e que se aprimore na arte de fazer política, mesmo que muitos acreditem que política, futebol e religião não se misturam, o que é um ledo engano.
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