Editorial – Quem vai salvar o Figueirense da temida e terrível Série C?

| 3 de outubro de 2018

Banner-EditorialQuem se habilita? Em quem confiar? O momento interno do Figueirense é o seu maior adversário, já que as oito partidas restantes não serão o grande empecilho para se obter, no mínimo, os 5 pontos que restam para a permanência. Pelo menos, na teoria.

Esqueçam acesso e foquem na permanência. O problema está em conseguir “voluntários” para encararem a guerra. Antigamente, quando o Clube era do povo, da sua torcida, dos dirigentes abnegados, era possível chamar um ou dois dirigentes confiáveis para resolverem a crise.

Agora não dá, porque isso não é mais possível. O Figueirense pertence ao Cláudio Vernalha. Ele é o dono. Cederam o Figueirense de papel passado por 15 anos prorrogáveis por mais 15 e na sala dele entra quem o Vernalha autorizar.  Isso é fato. Não cito isso em tom pejorativo, apenas reforço a realidade nua e crua.

E dentro do Clube, em todas as suas divisões, da base ao profissional, todos se cansaram das promessas e da palavra aporte. O aporte que veio, terminou. Os que poderiam vir, não vieram, e não há data prevista para reforço de caixa, ou seja, as promessas de pagamento para amanhã, amanhã e amanhã, ficaram ao vento. Não há recursos. A fonte secou e as despesas são volumosas.

Com o grupo de jogadores profissionais, vai vencer o terceiro mês da carteira e ainda valores de quatro direitos de imagens, além de uma parcela da premiação pela conquista do Campeonato Catarinense 2018. Para funcionários mais antigos, um a dois meses, dependendo de cada caso, e até valores de 2017 como o 13º salário.

O principal parceiro recente do Vernalha era o empresário João Neto, que emprestou R$ 1, 5 mi e patrocinou R$ 1, 5 mi. O dinheiro do empréstimo precisa ser devolvido até dezembro.

João Neto ainda deu o bicho “molhado” após a vitória no clássico da Ressacada, mas sua empresa também tem limites financeiros para investir no futebol.

Vernalha consultou João Neto para que o jovem empresário de Florianópolis, de família alvinegra, assumisse o desafio de dar continuidade ao projeto que o próprio Vernalha está encontrando dificuldades e sérios obstáculos.

A ideia é evitar que isso se transforme em uma bola de neve, mas João Neto agradeceu e disse que ainda não está em condições de assumir a presidência do Figueirense. Vernalha faria uma cessão da administração do Clube para João Neto, terceirizando o processo de posse iniciado por ele. O comentário nos bastidores é que Vernalha teria pedido R$ 10 milhões para repassar o Figueirense para João Neto. Essa informação é meramente extra-oficial.

“Gostaria muito de estar no meu momento e de poder contribuir, mas esse projeto é mais para frente, porque isso tem que ser encarado de corpo e alma. Quem sabe, daqui a alguns anos”, respondeu João Neto às minhas indagações no dia 25 de setembro.

Enfim, o Figueirense que eu conheço há algumas décadas já viveu altos e baixos, foi muito rico e já foi muito pobre, ficou anos sem ganhar nada, mas também teve uma década de ouro com títulos e títulos com Paulo Prisco Paraíso. O que quero destacar é que tudo passa, mas minha obrigação é informar o torcedor, opinar, sem mentiras ou calúnias.

Não tenho nada pessoal contra o Cláudio Vernalha, mas ele assumiu sabendo da dívida do Figueirense e dos desafios que teria pela frente. Se passar ileso por essa grave crise, Vernalha poderá respirar aliviado, mas o atual momento requer atitude, capacidade de gestão, bons relacionamentos, e dinheiro. Sem dinheiro agora, ele irá afundar junto com todas as promessas que foram feitas no início da sua gestão. E dizer que estamos apenas no mês de outubro.

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