Editorial – Que acabe logo 2019

| 29 de agosto de 2019

Banner-EditorialVivemos um momento de turbulência, de ânimos exaltados, de impaciência, de pavio curto. O futebol catarinense não passa por um bom momento fora das quatro linhas e, principalmente, dentro de campo. E o torcedor que não é bobo, sabe que o carro está sem freio e ladeira abaixo. Todos, exceção ao Brusque, que curte seu bom momento pelo título da Série D e que precisa pegar carona nesse vácuo e subir, seja internamente como agremiação e externamente como clube profissional, incluindo a construção da sua Arena.

O Avaí se envolveu em uma teia que ele próprio teceu, errando na estratégia de informar à torcida, que não perdoa a venda do mando de campo do jogo contra o Flamengo. O problema é que os clubes se distanciaram dos torcedores, se comunicam por notas oficiais ou comunicados, e se escondem por trás de entrevistas coletivas, deixando de atender às solicitações da imprensa para entrevistas especiais. Esse afastamento é ruim apenas para um lado: os clubes.

Se eu fosse presidente, não rasgaria uma cota polpuda de R$ 1, 8 mi como o Avaí vai ganhar jogando em Brasília, mas teria aberto o jogo com a torcida. Houve falha interna sim, acreditaram que a CBF iria prorrogar o prazo, mas não foram transparentes desde o início do problema. Que a Ressacada está interditada pela CBF se sabe, mas a imagem que fica é que foi feito de propósito, que o presidente avalizou esse atraso para ganhar com a cota e salvar o ano.

O Figueirense caminha a passos largos para a série C, porque também não corta o mal pela raiz, mantendo o vestiário contaminado por líderes grevistas que mancharam a imagem do Clube com o WO. Falta decisão pontual, colocar ordem na bagunça que criaram, quitar todas as pendências, para que não se cobre mais por nenhum centavo, e focar na permanência como se fosse a última coisa a ser fazer na vida. Não me falem em acesso, busquem a permanência.

A Chapecoense chegou ao ponto de “afastar” o presidente Maninho sob a alegação de que ele vai se dedicar para obter recursos e reorganizar a vida do clube fora das quatro linhas. Em campo, o temor do rebaixamento atordoa a torcida rodada a rodada.

Já o Criciúma respira com a chegada do Waguinho Dias, mas o trabalho dele vai levar um tempo para ser assimilado. Para o Tigre, permanecendo na série B, entendo que já estará de bom tamanho.

O Joinville é o melhor dos piores exemplos, ou seja, não copiem o que fez o JEC nos últimos anos. É a receita para o fracasso, porém o empresariado local está engajado para a reconstrução do clube jequeano que ainda trato como grande do nosso futebol e por mim sempre será um dos gigantes do futebol catarinense.

Acredito que a Federação Catarinense de Futebol poderia sugerir um simpósio, algo permanente até, para que os dirigentes dos clubes possam trocar experiências, reavaliarem as ações administrativas, pensarem no todo e não apenas em si. Não é ajudar o rival ou coisa do gênero, mas pensarem como clubes profissionais, porque seus problemas são sempre os mesmos.

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