Editorial: Por Geninho e Milton Cruz, Avaí e Figueirense “mudariam” de cidade
Nas últimas entrevistas, possivelmente pressionados, tanto pela imprensa como, principalmente, pelos torcedores, os treinadores de Figueirense e Avaí se voltaram contra os torcedores mais exigentes, os que vaiam ao término das partidas. Pedir silêncio, compreensão, apoio irrestrito em situações adversas e frequentes é pedir muito para quem entende de futebol, vive o dia a dia do clube, é 100% apaixonado, e que deseja apenas uma coisa tão simples: vencer em casa. Ninguém enrola ninguém no futebol. Há os que se deixam levar pela paixão e não querem ou não conseguem enxergar quando a coisa não vai bem. Esses atrapalham, não ajudam em nada.
Avaí e Figueirense já jogaram ralo abaixo 14 pontos (cada) dentro da Ressacada e do Scarpelli. Não conseguem fazer do fator campo nesta Série B a sua principal arma. Fora de casa são gigantes, mas perante os seus torcedores, nada. E tomem vaias. Qual a reação dos treinadores? Torcida impaciente, que não entende que exigir acaba atrapalhando e não ajuda em nada.
Ora, meus caros. Vai dos treinadores mudarem isso. Vai dos treinadores pararem com convicções que só afundarão o barco. São, na verdade, dois treinadores com perfis de retranqueiros, que só pensam primeiro em defender. Milton Cruz não escala Henan e André Luis juntos. Geninho insiste com Pedro Castro, Maurinho e mais alguns. Não vão chegar. Só ganhar fora e entregar em casa não garante acesso. É preciso inverter essa campanha, ganhando os jogos em casa e a maioria dos jogos como visitante.
Na última coletiva, após o empate contra o Atlético Goianiense, Geninho chegou ao absurdo de declarar: “O time não se sente cômodo jogando em casa. Uma boa parte da torcida joga junto, mas a outra fica impaciente. Aranha, Betão e Marquinhos não se incomodam com pressão, mas e os outros? Nosso time é jovem”.
Já Milton Cruz se queixou da torcida alvinegra após o empate no Scarpelli em 1 a 1 com o Londrina: “O torcedor tem que ter paciência. Há um mês e meio fomos campeões catarinense”. E emendou: “Incomoda a vaia. No vestiário, jogador se sentia incomodado. Alguns sentem isso. A torcida precisa colaborar. Não faz muito tempo, tiramos o clube da Terceira (Série C) e hoje somos campeões e o mais vezes campeão catarinense. Tem que enaltecer a garra, a vontade do nosso time. Só porque empatamos em casa? Mas fomos lá e vencemos o CSA”, se queixou Milton Cruz.
Das duas, uma: ou Geninho e Milton Cruz estão cobertos de razão ou os presidentes de Figueirense e Avaí poderiam “mudar” a sede dos clubes para o interior ou para outro Estado, porque assim menos torcedores iriam assistir aos jogos e a pressão seria nula ou zerada. Eu sugiro que os treinadores trabalhem mais, e melhor, porque o problema está neles e não nos torcedores, que não exigem muito e não merecem esse tratamento.
Campanha do Figueirense no Scarpelli
Vitórias (3)
Figueirense 2 x 1 Juventude
Figueirense 2 x 0 Boa Esporte
Figueirense 1 x 0 Sampaio Correia
Empate (1)
Figueirense 1 x 1 Londrina (foto)
Derrotas (4)
Figueirense 0 x 1 Avaí
Figueirense 1 x 3 Fortakleza
Figueirense 0 x 2 Ponte Preta
Figueirense 1 x 2 Oeste
Campanha do Avaí na Ressacada
Duas vitórias
Avaí 3 x 1 Paysandu
Avaí 2 x 0 Coritiba
4 empates
Avaí 2 x 2 Brasil de Pelotas
Avaí 1 x 1 São Bento
Avaí 3 x 3 Guarani (SP)
Avaí 0 x 0 Atlético Goianiense
Duas derrotas
Avaí 0 x 1 Criciúma
Avaí 0 x 1 Goiás
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