Editorial – Os conselheiros seguem cuidando mal dos nossos Clubes

| 20 de janeiro de 2020

EditorialO episódio recente envolvendo torcedores e o presidente do Avaí é mais uma página triste do nosso futebol, muito mais pelas declarações do mandatário avaiano, que se acha acima do bem e do mal e, não duvido nada, deve se achar maior que o Avaí FC. Battistotti disse que iria mudar, mas mentiu, ele não mudou é nada, pois despreza o maior patrimônio do clube que preside, a torcida.

Dizer que o pagamento de uma mensalidade não cobre nem 5h de trabalho de um jogador é uma humilhação sem precedentes, por mais que na prática isso aconteça. Battistotti não têm limites, porque o Conselho Deliberativo, soberano e omisso, não lhe impõe.

Desde o ano passado já era para o Conselho Deliberativo ter se manifestado e até aplicado sanções, mas não o fez. Battistotti segue distratando a torcida, elogia um patrocinador, a quem ele recorre quando precisa, e parece imparável pela fragilidade e incompetência de um grupo de 300 pessoas que deveria, mais uma vez, proteger a honra do Clube e fazer valer seu poder de proteção da torcida inteira.

Conselheiro de Clube é peça decorativa, figurativa, um grupo de privilegiados que fica à distância e aparece apenas nas horas boas. Minha constatação vale para Avaí e Figueirense, sem exceção.

No Figueirense, pasmem, estão estudando se Paulo Prisco Paraíso pode assumir. Deram o Clube para aventureiros às pressas, não sabem até hoje e nem leram o que votaram, e ainda estão pensando sobre PPP? Só podem estar de brincadeira.

Paulo Prisco não vai assumir de graça, assim como ninguém. Ou acham que ele vai dilapidar seu próprio patrimônio? Ele vai querer assumir, mas lucrar. Futebol para quem assume nestas condições é para ter lucro. Ninguém ama ninguém. O que se ama é o dinheiro que sobra no final do mês.

Assim como acontece no Avaí, o Conselho Deliberativo do Figueirense é omisso, distante, e altamente responsável pela crise em que meteram o Figueirense. Eles deixaram a Elephant entrar, eles afundaram o Figueirense nessa lama, não zelaram pela instituição, apenas se dizem conselheiros.

Presidente de Clube bom eram os do passado, sem dinheiro, sem patrocínio, sem recursos da CBF ou da TV, não tinham nada. Esses eu valorizo, porque foram responsáveis pela chegada de Avaí e Figueirense até o patamar atual. Lá atrás, se eles não tivessem cuidado dos nossos Clubes, hoje não estaríamos nem em atividade. Hoje é fácil ser presidente de Clube.

Ainda sobre Battistotti, na cabeça dele é um favor ter a contas em dia, adiantar férias, 13º, salário do mês. O dinheiro é do bolso dele? Não. É do Avaí FC, da torcida, da instituição que ele preside. Administrar bem isso, ter colaboradores diretos competentes, é uma virtude, mas ele não está no direito de chutar quem vai ao campo, quem lhe cobra rendimento na administração, boas contratações, etc.

Battistotti vai sair um dia, e que seja logo, e vai ficar no canto da prateleira como Wilfredo Brillinger (e Lodetti também) no Figueirense, que foi bicampeão catarinense, responsável direto pela transformação do Alvinegro em clube-empresa, ideia boa, mas errou apenas na execução e escolha do tal parceiro, dirigentes que as torcidas desaprovam e querem longe dos Clubes.

Uma pena que Battistotti tenha mudado tanto, porque aquele que eu conheci num passado não tão distante, morreu. Se o Avaí não existisse, você não existiria, meu caro. Seria, certamente, mais um na multidão. E por sua condução e comportamento, é assim que irás terminar.

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