Editorial: O que é gol de ouro e o que é gol contra!

| 10 de maio de 2018

Infelizmente, por culpa dos clubes, e algumas pessoas, o futebol vem perdendo força, ficando chato. Preciso relembrar o meu tempo de setorista, tanto do Avaí como do Figueirense.

Não é questão de ser saudosista, não se modernizar, muito pelo contrário, tanto que já estive em todas as mídias convencionais e hoje ingressei na mais moderna de todas, a Mídia Digital.

Há exageros sendo cometidos e de forma desnecessária, de pouca representatividade, como essa de se proibir faixas fixas das torcidas no alambrado.

Solicitei aos assessores de imprensa de Figueirense e Avaí um entrevistado ( e dei algumas sugestões) para uma entrevista especial. Negaram. Alegaram que o grupo precisa ficar focado.

Isso é uma bobagem sem tamanho, pois desconsideram que o nosso clássico é o principal confronto do futebol catarinense. Perdem espaços na TV e Mídia Digital, fechando treinamento 100%. Pior, matam as TVs, que deslocam equipe, deixam de cobrir outras pautas, para uma simples coletiva com um banner cheio de patrocinadores ao fundo.

No meu tempo de setorista, entrevistava quem bem entendia. As matérias especiais nos permitiam conhecer mais do atleta, entender sua vontade, seu pensamento, passar uma outra imagem para o torcedor. Nunca ninguém se sentiu desconfortável ou perdeu concentração para os grandes jogos.

E o que dizer dos assessores de imprensa dos clubes? De cara, já temos o não. Precisamos brigar, implorar, justificar, para termos a chance de entrevistar um jogador que possa ser um atrativo para o jogo.

Marquinhos Santos mais uma vez não fala em véspera de clássico. Por que não? Porque ele fala demais? Que ele convoque a torcida para estar ao lado do time. Afinal de contas, é o último jogo dele contra o maior rival na casa adversária.

Sei que na Europa essa restrição existe, mas não estamos na Europa. Querem fazer do futebol brasileiro e sul-americano uma cópia da Europa, mas isso é cultural. Lá é assim, aqui nunca será como lá.

Por esses e outros motivos que tenho cada vez mais me distanciado dos clubes, tenho ido para competições internacionais, tenho evoluído, enquanto aqui se involui. O retrocesso do futebol nos bastidores aqui no Brasil é algo assustador.

Mas como sou guerreiro seguirei valorizando o nosso futebol, o nosso maior clássico, e quem quiser que me siga. Não vai faltar quem vai avalizar essa postura de distanciamento dos clubes, mas não se esqueçam que é a imprensa que leva para todos vocês o que acontece no dia a dia dos clubes.

E assim como muitos brasileiros nos criticam, esses são os primeiros que pedem a nossa intervenção quando as coisas vão de mal a pior. Ou seja, uma hora não serve, na outra somos a salvação.

Sabe aquela história de cobrar ingresso caro boa parte do ano e depois fazem promoção quando querem a torcida de volta? É quase a mesma relação.

E não preciso ir muito longe. As entrevistas diárias reúnem pouca imprensa. Já houve até cancelamento de coletiva, porque não havia ninguém da imprensa.

Portanto, facilitem o nosso trabalho para não matarem a galinha dos ovos de ouro.

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