Editorial: Futebol tem que ser tratado com profissionalismo. Entretenimento é outra coisa

| 13 de maio de 2019

Banner-EditorialQuero, assim como muitos já o fizeram, atletas e clubes do país inteiro, me solidarizar com o goleiro Sidão, vítima, inicialmente, de uma “brincadeira”sem graça, justamente da parte da empresa detentora da maior audiência e “dona” do futebol brasileiro por ter 99% dos Clubes dependentes do seu dinheiro, que é a Globo. É preciso ter responsabilidades, respeito e profissionalismo.

Não sou melhor do que ninguém, mas me cobro profissionalismo ao extremo. Sou do futebol profissional há 40 anos e levo a sério minha profissão, esta acima de preferências e interesses pessoais. Sou conservador sim, porque não admito excesso de brincadeiras com o futebol, clubes, seus torcedores. Este trabalho que realizamos com Mídia Digital em SC é a mais pura comprovação do que penso e pratico todos os dias, valorizando nossos clubes e o futebol catarinense.

Brincadeira tem hora, lugar e momento. Sidão não foi o melhor em campo e ainda recebeu um troféu por ter sido o mais bem votado pela galera, ou seja, os internautas. Evidente que foi zoação, mas faltou da emissora alguém que proibisse a entrega do troféu, momento constrangedor para o profissional e para o futebol em geral.

Também vem acontecendo em programas de rádio, aqui na capital à revelia, a colocação no ar, sem nenhum filtro, de um palavreado comum aos torcedores nas redes sociais e nas conversas de boteco, mas no ar via áudio enviado por WhatsApp  em emissoras de rádio é de um amadorismo cruel, sob a conivência dos donos das rádios. Alguns acham legal, que o torcedor tem voz, etc. Errado. Estão nivelando por baixo, o que já foi referência.

Agora a Globo anuncia que o troféu de Craque da Galera passará também por votação dos seus profissionais, principalmente os comentaristas. E que ficarão como terceira opção apresentadores que gostam mais de humor do que serem profissionais no seu trabalho para o público. Acabou a brincadeirinha no futebol. Que bom. Querem brincar, zoar, ser engraçado, o façam em casa.

Aproveito para externar a função do cronista esportivo, que engloba críticas, elogios, perguntas de todos os tipos referente ao tema futebol. A mídia atual que é praticada por uma parcela mais moderninha e ousada, não tem futuro e cai no descrédito. A imprensa, em geral, se perdeu no contexto. Tem jornalista ou radialista que deseja ser a notícia e quer ser mais realista que o Rei.

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