Editorial: Eternamente, Chape. Saudades!

| 29 de novembro de 2017

DuplaChapeParece que foi ontem, foi agora. Acredito que tenha sido acordado em torno de 03h15min da madrugada. Poderia ter sido um pesadelo, mas não era.

Tudo foi se tornando real, minuto a minuto. Liguei logo na rádio Caracol, da Colômbia. Conheci alguns profissionais deles nas competições internacionais em que participo. É uma rádio forte.

Pelo inbox do twitter, eu conversava com o Fábio achando que era o Fernando Shardong. Tudo ficou uma confusão na minha cabeça. Na verdade, não queria acreditar.

Citando alguns nomes aqui, vou homenagear à todos que nos deixaram. Delfim, Sandro Pallaoro, Cleber Santana, Danilo, Kempes, Bruno Rangel, Giba, Renan Agnolin, Picolé.

Foi muita gente em um único momento, justamente em uma tragédia que poderia e deveria ter sido evitada, mas a ganância falou mais alto. A irresponsabilidade de quem deveria zelar pela segurança de todos, naquilo que trato como um assassinato coletivo.

Aqui nesse vídeo que publico, 99% das imagens são nossas, muitas exclusivas. Entrada nos vestiários, time embarcando no ônibus em Buenos Aires no Aeroporto de Ezeiza indo para o jogo contra o Independiente em Avellaneda, o velório coletivo na Arena Condá, entrevistas, etc. Nosso trabalho de bastidores que realizamos como Mídia Digital que somos em SC.

Eu, assim como milhares de pessoas no mundo todo, fiquei dias e noites abatido, acordando na madrugada chorando e perdendo o sono, foi algo muito difícil de segurar. Era tudo muito novo, desconhecido. Imagina a dor dos familiares, a incerteza pelas informações, etc.

Depois da partida contra o Independiente, eu voltando para Floripa e o Rafael Henzel e o Renan Agnolin na escala Floripa/Chapecó, ficamos quase uma hora conversando sobre vários assuntos. Sentei ao lado do Renan. Henzel à nossa frente.

Foram muitos momentos com esse grupo. Cleber Santana, um craque. Bruno Rangel, simplicidade. Danilo, juventude e liderança. Nos encontramos algumas vezes, seja nos estádios ou nas premiações do Top da Bola.

O que fica é a saudade, o orgulho de ter convivido com eles, a admiração pelo que faziam e conquistavam, o respeito pela totalidade do grupo. Era e foi um time vencedor.

A foto aqui publicada reúne Neto e e Folmann, que representam ainda Alan Ruschel e Rafael Henzel, um milagre operado por Deus. Um áudio que ouvi com o relato do Neto sobre o que ele passou (e escapou vivo) apenas confirma que foi mesmo um milagre.

Seremos, eternamente Chape! Eles (71 vítimas) jamais serão esquecidos. Todos.

Categoria: Chapecoense, Destaque, Outros assuntos

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