Editorial: CBF estaria vivendo novos tempos?

| 6 de abril de 2020

EditorialA notícia da liberação de R$ 19 milhões para 140 clubes do futebol brasileiro e uma ajuda de custo para as Federações Estaduais é um golaço da administração de Rogério Caboclo. Não o conheço, mas falam bem sobre ele. Caboclo estaria longe de ser um Ricardo Teixeira, José Maria Marin ou Marco Polo Del Nero, independente que em algum período da vida esportiva dele tenha tido relações de amizade com esses últimos mandatários do futebol brasileiro. Pilantras, assim como João Havelange, outra decepção.

O melhor de tudo isso é que será a fundo perdido, ou seja, a CBF vai liberar o dinheiro e não vai cobrar o retorno do valor cedido, algo que muita gente sequer acreditava que fosse acontecer. A pandemia afetou o mundo, o mundo do futebol, e a CBF não poderia se furtar a isso.

Uma entidade milionária, com grandes recursos em caixa, jamais poderia virar as costas para quem lhe dá tudo isso: os clubes e os jogadores. Sem eles, a CBF não existiria.

Os clubes brasileiros, em sua maioria, vendem o almoço para comerem na janta. Poucos são ricos, mas ainda assim esses acumulam dívidas quase que impagáveis, muito mais pela péssima gestão dos seus dirigentes. Corinthians e Cruzeiro são alguns exemplos de administrações deploráveis.

Já os atletas sofrem muito, os de clubes menores, sendo que 85% dos jogadores brasileiros recebem menos de dois salários mínimos. É essa fatia que a CBF precisa atingir, não somente agora, mas um olhar diferenciado quando tudo isso passar.

De qualquer forma, a atitude da CBF precisa ser elogiada, mesmo que R$ 19 milhões seja “troco” perto do que a entidade possui em sua gorda conta bancária. O que destaco é a mão estendida, com fiscalização da própria CBF, para que esse dinheiro seja mesmo revertido para os jogadores e funcionários, aqueles que pulsam o dia a dia e a razão de ser de um clube de futebol.

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