Editorial – As contradições do Geninho

| 23 de setembro de 2018

EditorialQue o Avaí está – por méritos próprios no G4 não se discute – mas a entrevista coletiva pós-jogo do treinador azurra depois da vitória por 3 a 1 contra o Sampaio Corrêa, soa como piada. Ele cobra da imprensa mais discernimento sobre determinados jogadores e nos culpa por comentarmos o jogo e não o que acontece nos treinamentos. Alguém, por favor, avisa ao Geninho que ele é um dos culpados por isso, senão o maior de todos. Ou não é ele quem determina fechar treinamentos?

Outro dia tive que bloquear um seguidor que defendia essa idiotice de treino fechado, dizendo que a imprensa precisa se reinventar, além de alguns xingamentos, comuns de quem não tem argumentos. Sim, esperto, como? Vendo o quê? Baseado em quais informações? Não, ainda não somos adivinhos. Os clubes se distanciaram de nós, um Clube passou a copiar o outro, principalmente quando um fecha o treino, então vamos fechar também. Perderam a noção.

E daí o treinador do Avaí resolve justificar as suas escolhas sobre alguns jogadores dizendo que a imprensa não conhece sequer o histórico desses atletas que chegaram recentemente. Ora, meus caros, até o torcedor que acompanha o time e o futebol brasileiro sabe quem é quem, quem vem para tapar buraco, e quem vem para ser titular e resolver a situação.

Portanto, Geninho sequer tem moral para cobrar de quem quer que seja, ainda mais que ele foi o próprio a declarar que o Avaí joga melhor como visitante, porque a torcida cobra muito e alguns jogadores sentem a pressão. Sabe por que cobram muito? Por que não são mais torcedores daquele Avaí do passado, por que aqui já foram conquistados vários títulos, ótimas campanhas, anos de série A. Geninho não está treinando um clube mediano no cenário local. Por isso é cobrado por uma série de motivos, inclusive porque é bem pago.

E mais: treinamento fechado é recurso de treinador medroso, que não quer ser cobrado sobre seus atos. Então, é mais fácil fechar treino em sequência. Quero ver deixar treinamento de coletivo, não de bate bola, rodinha de bobo e nem aquecimento, por duas semanas seguidas. Aí veremos se o que ele fala é verdadeiro. Vou fazer 40 anos de imprensa em 2019 e convivi com grandes treinadores, alguns competentes, outros enganadores, outros com muita sorte, e já conheci vários jogadores “leões de treino” e outros que jogavam o fino da bola somente no jogo. Isso ainda existe, mas os Clubes insistem em nos afastar, daí ficamos sem referência.

Que Avaí e Figueirense consigam o sonhado acesso, mas esse ano foram campeões em declarações e posicionamentos dos seus treinadores do mais baixo nível e sem sentido, repassando responsabilidade que eles não assumem. Basta ver a quantidade de passes errados e a falta de jogadas ensaiadas dos nossos times.

Não há, na imprensa, ninguém que torça mais pelo acesso de Avaí e Figueirense do que eu, mas não posso deixar passar em branco essa entrevista do Geninho. O Avaí está dentro do G-4, é um dos candidatos ao acesso, o Figueirense ainda está na briga, e esse é o momento para concentrar forças, assim como fez a Chapecoense, buscando a meta maior que é o acesso. O restante não importa.

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