Editorial: Ação e reação. Chegou a hora de sair de cima do muro

| 19 de setembro de 2019

Banner-EditorialA grave crise que atravessa o Figueirense, seja institucional, financeira ou dentro de campo, com a sensação de que o rebaixamento está cada vez mais real, vai ganhar outros contornos com o passo adiante que a Associação Figueirense ensaia dar por entender que passou da hora do rompimento do contrato com a Elephant. Não existe essa de rasgar contrato, tirar à força, ou coisa do gênero. Há um contrato em vigor e ele precisa ser discutido na Justiça, porque a Elephant não quer sair sem ser indenizada. E isso os notáveis alvinegros sabem de cor e salteado.

A Elephant entende que não há acordo, porque não aceita em deixar o clube sem ser indenizada. Cláudio Honigman exige o cumprimento de cláusulas em caso de rompimento unilateral. Em uma das cláusulas, a multa é de R$ 5 mi, conforme já informei há meses. O total chegaria aos R$ 50 mi.

Um dos absurdos do contrato, e há pouco mais de 1 ano eu o tenho em mãos, foi a aceitação da parte dos alvinegros de discutirem qualquer problema relativo ao mesmo na Câmara Arbitral da FIESP em São Paulo. Não é nem no foro de Florianópolis, sede do Figueirense FC. O desespero para repassar o Figueirense, para alguns se livrarem das dívidas do passado e do rombo até 2017, que até isso aceitaram.

Vale ressaltar que a Elephant entrou pela porta da frente do Scarpelli. Os notáveis deram as chances. Podem e devem pegar de volta, mas não será tão fácil como entregaram. A saída da Elephant, caso aconteça, vai ser muito bom por um lado, porque saberemos tudo sobre o passado do clube, quem é quem, quem afundou o Figueirense em dívidas, quem foi (ir) responsável por má gestões, e quem dilapidou o patrimônio alvinegro nesses anos todos.

Vai aparecer, porque a Elephant vai ter que se defender, para justificar que merece ser ressarcida, apresentando números e abrindo a caixa preta do Scarpelli. Apenas para dar entrada com a solicitação do distrato na FIESP, a Associação Figueirense vai ter que desembolsar algo perto de R$ 2 mi, depósito em dinheiro via TED bancária, para iniciar a discussão pelo rompimento.

Consultei alguns advogados e eles me disseram que essa discussão deve se arrastar por cerca de 8 meses. Não se sabe se no comando do Figueirense estará a Elephant ou os notáveis alvinegros. Será uma batalha de liminares. Nesse meio tempo, o Clube seguirá sua vida, não se sabe como e com quem no comando.

Enfim, a empresa assumiu prometendo Copa Sul-Americana e Libertadores, títulos que ninguém pode prometer, alguns acreditaram, fizeram a cabeça da maioria, e a bomba estourou. A dívida atual do Figueirense ninguém mais sabe ao certo. O Clube está desmoralizado, mesmo com salários em dia, os problemas ainda são maiores, internamente não se confia na gestão da Elephant, e externamente o nome do Figueirense foi humilhado em várias frentes.

Quem colocou o Figueirense nesta situação que trate de tirá-lo, sob pena de termos a comemoração pelo centenário do Clube em um cenário muito triste e devastador sob todos os aspectos.

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