Editorial – A falta que faz um verdadeiro notável

| 17 de agosto de 2019

Banner-EditorialAs notícias negativas dos últimos dias quando se trata de Figueirense FC – não estou falando nem dos últimos dois anos – traçam um quadro preocupante da queda de braço entre a Elephant e os jogadores profissionais do Figueirense. Isso já passou de todos os limites admissíveis em se tratando de um clube profissional, integrante da série B do Campeonato Brasileiro, e o mais vezes campeão catarinense.

O problema não é atacado de frente, é gritante a falta de um líder para unir as duas pontas, e as notícias são cada vez piores, inclusive com o grave risco (pela segunda vez) de ameaça de os jogadores não entrarem em campo. Isso quase aconteceu contra o Vitória e o risco é iminente de se concretizar contra o Cuiabá.

Agora já não importa quem é o dono da razão, mas é preciso um basta. Crises? Já convivi com várias crises da dupla da capital e de outros clubes do futebol catarinense. Não existe pior ou maior, crise é crise.

Como não aparece alguém para resolver o impasse, o que antevejo é algo muito pior em um futuro próximo. A bomba está perto de explodir, ainda não explodiu, mas quando isso acontece os estilhaços se espalham para todos os lados. A situação é grave e precisa ser estancada, principalmente de forma pública, com postagens frequentes da parte dos jogadores, talvez a melhor forma que eles encontraram para serem ouvidos. Já o clube não se manifesta em comunicado ou nota oficial e, ao que parece, fica aguardando o próximo passo dos jogadores.

Será que ninguém tem a capacidade de fazer com que todos sentem à mesa e conversem como adultos e profissionais? A torcida não merece tanta humilhação, a história precisa ser preservada, e o clube não pode caminhar dessa forma para a comemoração do centenário.

Os jogadores querem receber, mas também há limites para tudo, pois nenhum empregador gosta de ser “grudado” na parede. A postagem deste sábado por parte dos jogadores alvinegros (nem todos, mas a grande maioria) retrata a distância que há entre elenco e diretoria no momento, tanto que no texto os atletas citam “uma diretoria omissa, ausente e sem qualquer credibilidade” e “que engana a torcida alvinegra e fere o direito de todo trabalhador”.

É preciso enfatizar que há um contrato em vigor, bem ou mal, está em vigor, e com o aval dos ditos notáveis. Os jogadores já cumpriram mais de 7 jogos e na série B ficam impedidos de atuar por outro clube, restando série A ou transferência para o exterior, assim como fizeram Denis por rescisão indireta e Vítor Caetano e João Diogo emprestados pelo próprio clube.

O Figueirense trata como faltas dos seus funcionários esses dois dias sem treinamento, sexta e sábado. Na manhã deste domingo, novo treinamento, enquanto na segunda-feira acontece a viagem para Cuiabá. A viagem vai acontecer? O Figueirense vai oportunizar WO? Duas ausências desta forma culmina em exclusão da competição.

Enfim, parece, ou parecia, algo distante que tudo isso pudesse acontecer algum dia com um clube do tamanho do Figueirense, mas tudo isso é muito real. Bom que não seja por culpa da imprensa, como muitos sempre acusam, mas espero que o bom senso prevaleça e que a engrenagem volte a funcionar.

Categoria: Destaque, Figueirense

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